2009/04/28

Pedaços de "eu" perdidos no tempo

Eu....hoje vivo e planeio o amanhã. Fora isso só há o ontem. O ontem é formado por memórias, por vezes boas por vezes más. Lixado é que lembramos tudo o que se passa hoje, mas só alguns momentos ficam na memória. É dificil julgar, e voltar a interpretar baseado em pedaços de um puzzle que já só lembro a silhueta da figura depois de estar completo.

Nas más recordações, lembro-me de partes escassas da informação, e sobretudo da conclusão dos acontecimentos. Não posso senão confiar na avaliação que fiz nesse ponto do tempo, e é chato.

Nas boas, queria voltar a sentir uma sensação. E o que resta acaba por ser a descrição mental, quase que por palavras, dessa sensação.

Serei só eu?

Era bom voltar a ver o filme da minha vida: recordar os bons momentos, reavaliar os maus.

Por estas e por outras, estou a considerar contratar o cameraman a tempo inteiro. Voluntários?

O fungagá da carneirada

Não há preço que pague os E-sheeps, digo eu...

2009/04/27

Dói-me tudo

É fácil explicar como me sinto. As minhas pernas acham que não conseguem aguentar o peso que toda a vida aguentaram. De costas doridas, pescoço preso, cambaleio entre as esquinas da casa, a descansar os dois últimos passos. Também torci o dedo, numa luta pela redondinha que daquela vez não me podia escapar. Até o meu cabelo, agora num décimo do seu prévio esplendor se queixa de uma tarde de futebol à chuva. Passaram meses desde a última vez que tinha jogado. Nem quero pensar como me vou sentir amanhã.

O inexplicável, está no bem que me sinto por dentro. Jogue bem ou mal, há algo de purificante numa jogatina de futebol como deve ser...Agora, vamos ao ritual. A delícia do merecido relaxamento, depois da merecida vitória em mais uma épica tarde de futebol. Tudo isto acompanhado por uma caneca de 40cl de Coca-cola com gelo e limão. Impácábel!

2009/04/25

Brutalidade no Twitter

Eis um profile de twitter que merece divulgação:

www.twitter.com/confucius_says

Brutal!

2009/04/22

O super-herói em cada um de nós


















1. Em tempos de desgraça, eu faço um "V" de vitória.
2. Em tempos de crise, como as Francesinhas e rissóis do Capa Negra.
3. Estou sempre tranquilo, excepto quando não estou.
4. Vivam os desbloqueadores de conversa
5. Abaixo a TVI
6. Quero ver o Porto capital.
7. Quero ter um parque aquático só para mim
8. Faço colecção de piadas secas

Sou quase gente, e quase ultra-gente. O meu nome é Captain Fly, e vim para dizer o que não precisava de ser dito.

2009/04/20

Bossa nova é a prova...

Simples, lindo....com uma pitada de doce...Receitas Tom Jobim.

Um cantinho
Um violão
Este amor
Uma canção
Pra fazer feliz
A quem se ama.

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado
O redentor
Que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar
A velha chama.

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você
Eu conheci
o que é felicidade
Meu amor

Corcovado - Tom Jobim


2009/04/14

1 ano de gente

Dia 14 de Abril de 2008. Um dia especial fazia já algum tempo, mas marcado para sempre com a chegada de um novo membro à familia. A maior parte das pessoas chama-lhe Rafael, eu opto por lhe chamar simplesmente "parolito". Olhos claros e esbugalhados, curioso por todos os sons e cores deste mundo que ainda só agora começou a conhecer. Não fala ainda (pelo menos não a nossa lingua), mas faz já alguns meses que canta. Ontem deu os primeiros passos sozinho. E hoje faz 1 ano. Eu, como padrinho babado, não podia estar mais orgulhoso desta criatura.

Ora pois o nosso parolito pôs-me a pensar:
No rescaldo deste primeiro ano, acho que todos nós fizemos os possíveis e os impossíveis para estímular, educar, amar e ensinar o puto. No entanto, acho que não conheço ninguém com recordações do seu primeiro ano de idade. Memórias de quando não sabiamos falar...se as tivessemos, será que compreendiamos melhor o que os bebés nos estavam a tentar dizer? E será que quando o Rafael souber falar, daqui a uns meses, lhe vou poder perguntar se se lembra de quando não conseguia falar? O meu instinto diz-me que não se vai lembrar....o que deixa a pergunta: Apesar das memórias serem extremamente visuais, pelo menos a meu entender, será que a capacidade de as reter vem com a fala? Ou melhor ainda: Será que o momento em que conseguimos falar é o momento em que o cérebro começa a conseguir reter memórias lógicas? Será que o momento da fala não é mais do que o nosso primeiro momento de abstracção? E será preciso esta abstracção para reter memórias a longo prazo?

C'a ganda truque, se asssim for....Para já vou-me deliciando com os longos diálogos em onomatopeias que tenho com o meu sobrinho.

Bem, Parabéns ao meu menino e espero que tenham tido uma Santa Páscoa.

2009/04/07

Destino: Estádio do Dragão

Entro no metro ainda de gorro e óculos de sol. "Quem é este gajo?" - perguntam-se todos os presentes. Com ar presunçoso sento-me num lugar de 4, ocupando o espaço que é meu por direito. Um a um, os meus companheiros viajantes vão afastando o olhar daquela chegada impetuosa. Todos menos o senhor de guarda-chuva. Ainda olha para mim, limpando o cabo do guarda-chuva com ar descrente, talvez porque ainda não tirei os óculos de sol. Com um raciocínio indutivo baseado em premissas aleatórias, dou-lhe o nome de Senhor Zé. Senhor Zé Magalhães, porque também não é muito alto.

Já estabelecido, tiro os óculos e o gorro e olho em volta à procura de qualquer coisa que me entretenha o olhar. A linha B do metro do porto parece mais importante que as outras. "Agora está diferente". Se a minha memória não me falha, já há dois meses que está cada vez mais diferente segundo aqueles painéis. Não tarda nada nem é uma linha de metro. Ressabiado, mudo a faixa do meu mp3 porque não posso fazer nada quanto à falta de criatividade dos senhores que mandam naquilo. Sorte a minha, saiu a música perfeita para a ocasião. Adoro ver o mundo como se tivesse uma banda sonora, e há músicas que fazem parecer que toda a gente é mais feliz. Ao som da "Sunday Morning" dos Maroon5, parece que aquela gente não vai a caminho do trabalho, mas que estão a curtir a tranquilidade do nosso metro que mais parece um elétrico. O rapaz de capuz ao meu lado, adormeceu com o nariz no vidro. Quando o metro trava, acorda e adormece outra vez. Grizo-me ao som da música. "That's maybe all I need..."

A Dona Ana (a senhora que faz a chamada de voz para a próxima paragem), avisa-me em duas linguas que a próxima estação será a Trindade. Aí vou eu. Despeço-me em silêncio do senhor Zé, que já está a julgar silenciosamente outro jovem, ainda a mexer no seu guarda-chuva.

"Até amanhã" - digo eu, mas para dentro.

2009/04/03

Febre de espírito(s)

Não consigo pensar. Nem falar, nem fazer. Coisa que seja. Uma sombra a pairar, tirando a lucidez de um pensamento que não sai do mesmo sítio, onde já está farto de estar. Assombrado, de facto. Por ventura, pensamos andar, proseguir, continuar, mas a banda elástica sempre nos há-de puxar para aquilo que não queremos aceitar. Onde vamos assim?