Dia 14 de Abril de 2008. Um dia especial fazia já algum tempo, mas marcado para sempre com a chegada de um novo membro à familia. A maior parte das pessoas chama-lhe Rafael, eu opto por lhe chamar simplesmente "parolito". Olhos claros e esbugalhados, curioso por todos os sons e cores deste mundo que ainda só agora começou a conhecer. Não fala ainda (pelo menos não a nossa lingua), mas faz já alguns meses que canta. Ontem deu os primeiros passos sozinho. E hoje faz 1 ano. Eu, como padrinho babado, não podia estar mais orgulhoso desta criatura.
Ora pois o nosso parolito pôs-me a pensar:
No rescaldo deste primeiro ano, acho que todos nós fizemos os possíveis e os impossíveis para estímular, educar, amar e ensinar o puto. No entanto, acho que não conheço ninguém com recordações do seu primeiro ano de idade. Memórias de quando não sabiamos falar...se as tivessemos, será que compreendiamos melhor o que os bebés nos estavam a tentar dizer? E será que quando o Rafael souber falar, daqui a uns meses, lhe vou poder perguntar se se lembra de quando não conseguia falar? O meu instinto diz-me que não se vai lembrar....o que deixa a pergunta: Apesar das memórias serem extremamente visuais, pelo menos a meu entender, será que a capacidade de as reter vem com a fala? Ou melhor ainda: Será que o momento em que conseguimos falar é o momento em que o cérebro começa a conseguir reter memórias lógicas? Será que o momento da fala não é mais do que o nosso primeiro momento de abstracção? E será preciso esta abstracção para reter memórias a longo prazo?
C'a ganda truque, se asssim for....Para já vou-me deliciando com os longos diálogos em onomatopeias que tenho com o meu sobrinho.
Bem, Parabéns ao meu menino e espero que tenham tido uma Santa Páscoa.
8 years ago
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