2009/06/09

Rugido de vascaíno

O chão urgia debaixo dos meu pés, a um ritmo pouco habitual. À minha volta, que nem tolos, brasileiros cantando com o coração, saltando, gritando numa frenética sinfonia de apoio. "É essa a torcida do Vasco, velho!"- convencia-me o carioca com gestos sem nunca abandonar o ritmo da batida com os pés. E era! Desembaciando os olhos de toda a novidade e emoção que me preenchiam, dava para perceber que o Vasco da Gama era o clube do Rio com influência portuguesa. Por entre as habituais vestimentas pretas e brancas, via-se o vermelho das camisolas oficiais da selecção portuguesa. Atrás de mim, enormes bandeiras envergando orgulhosamente a cruz de malta. Este povo partia unido para uma batalha, numa só voz, a um só tempo no salto.

Ao ritmo do Samba, liam as pautas da memória de canção em canção à espera dos seus heróis. Que lhe trouxessem a glória de mais uma vitória. O jogo ainda nem tinha começado, mas dava para perceber a magia da torcida do Vasco e a mística do Maracanã...

Vi-me a saltar, gritar, cantar, insultar, dançar, e de facto "torcer" por um clube que nunca foi o meu, nunca tinha visto jogar, mas naqueles minutos era o clube do meu coração. E as equipas ainda nem estavam em campo.

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