......pensei eu, deparado com aquele cenário horrendo. Haviam passadas 2 horas que estava a queimar as últimas horas do dia em frente á televisão a meio gás, quando a Natureza chamou e tive que ir fazer o que ninguém pode fazer por mim. Ao virar a esquina para a recta final antes do quarto de banho, sinto uma humidade que não devia ali estar. Em volta dos meus pés e em quatro compartimentos da minha casa, 1 centímetro de água. Papeis que estavam no chão agora boiavam, os insectos que moravam no subsolo da minha cama agora afogados, os inúmeros fios que ligam o meu computador e toda a tecnologia que governa o meu quarto agora ameçados pelo que prometia tornar-se um tsunami em breve, não fosse a minha corajosa intervenção.
Fui confrontado com diferentes sentimentos, que reduziam a minha escolha sobre o que fazer em 3 opções:
1. Fugir dali e nunca mais voltar àquela casa,
2. Voltar ao sofá, acompanhado por um gelado e umas bolachinhas, e chorar a desgraça que me tinha acontecido até que a àgua eventualmente me afogasse também,
3. Manter a minha pele em contacto com a àgua, na esperança de ser eletrocutado, e sair deste filme.
Ainda em indecisão, fui interrompido por alguém que me disse: "Olha, e se limpássemos isto?". Normalmente esta pessoa só diz asneiras....Desta vez fiquei na dúvida: Parecia uma sugestão razoável e a verdade é que nunca pûs essa questão porque não sabia ser possível. Pensava que uma casa inundada, era para deitar fora e comprar outra. Resolvi experimentar...
Agora imagine-se: Eu, gente de boa família, de joelhos, mangas arregaçadas, durantes HORAS no seguinte algoritmo:
1. Molha o paninho
2. Torce o paninho no baldinho
3. Volta ao passo 1
Diga-se que a minha vontade era de escrever uma Epopeia sobre esta aventura, mas o tempo e as circustâncias não mo permitem. Todo este tempo, tive a ajuda duma moçoila que por um lado me motivou a não escolher nenhuma das minhas opções iniciais, por outro lembrava-me constantemente da figura ridícula que estava a fazer. No fim, ligaram-se os aquecedores, secadores e outros aparelhos eletricos acabadores em "ores" e foi-se ao merecido descanso. Mais uma vitória àrdua, suada, manchada de querer por um lado e humilhação pelo outro.
Mais tarde, viram os picheleiros. 15 minutos , 80 euros. "Ah, foi a bóia, e tal...".Parece fácil.
No fim das contas, só fica a pergunta: Porquê eu?
8 years ago
1 comment:
eu bem que ouvia um som tranquilo, tal qual uma fonte... de repente, vejo um carneirinho à porta da sala com olhos esbugalhados e cabelo em pé: Inês, a casa está tooooda inundada!!!
Levantei-me em sobressalto, há que agir, mesmo de salto alto e saia e rimmel nos olhos. (tb tenho q puxar a brasa à minha sardinha!!) Esperava ver água em toda a casa, menos na sala, mas verifiquei que eram apenas 3 as divisões afectadas! Carneirinho desorientado, eu pragmática: onde está o balde? A esfregona? Os panos? As toalhas de praia?
Transforma-se a catástrofe em risota total: manda-se bocas ao carneirinho e faz-se analogias com o programa Querido Mudei A Casa e... de repente, casa seca! Passou num instante.
Dá-se uns miminhos ao carneirinho pra ele dormir descansado e ficou o dever cumprido!:)
No dia seguinte o carneirinho disse: doem-me as costas por causa de ontem...
LOL!
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