Ele para o tecto, ela para o chão. Olhavam. E continuavam olhando...Uma rotina à qual já se tinham habituado, após uma troca de berros, insultos...e depois nada. Silêncio. Mas silêncio só na ausência de som...porque por dentro havia ainda uma tempestade de coisas por dizer. Minutos e horas passados, nesse mar revolto começam a surgir frases que deveriam ter sido ditas de outra maneira. Insultos que foram longe demais. Mas agora não têm para onde ir...Afogam-se no que começa a ser já arrependimento, mas o orgulho puxa-os para baixo...
Não têm para onde ir, o que fazer
Está-lhes na natureza não dar o braço a torcer e farão o que sempre fazem...
Vão deixar passar algum tempo, esperar que algum catalizador os junte de novo e fingir que nunca aconteceu..Já os dois conhecem bem a rotina.
Mas naquela sala, debaixo daquele tecto e sobre aquele chão, era preciso dar o sinal. O raio de luz que ainda não ilumina mas promete a bonança...em breve. Lentamente cruzam o olhar, sem perder a pose, e à chuva ambos declaram tréguas, sem palavras, sem gestos.
Agora riem-se por dentro. Que estupidez...
E as coisas por dizer? Ficam para uma próxima vez...
8 years ago
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